segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cafezinho nosso de todo dia



Aroma frutado, corpo médio, finalização delicada. De relance, muita gente diria que essas palavras são as de um sommelier desfiando percepções sobre uma taça de vinho. De fato, o vocabulário é bem característico, mas a descrição acima poderia se encaixar perfeitamente na avaliação de uma aconchegante xícara de café. Há tempos, o desafio de identificar nuanças entre o bom e o ótimo num ritual de degustação já não é mais exclusividade de tintos e brancos. Nessa mesma passarela gourmet, desfilam charutos, cervejas, chás, chocolates, sais, águas minerais... e, claro, cafés.

Uma pesquisa feita pela empresa de consultoria TNS InterScience, em outubro de 2006, mostrou um aumento de 100% no consumo de café entre o público da classe A e de 45% entre a classe B - no período de 2003 a 2006. De acordo com o instituto, este resultado está associado ao interesse nos cafés de alta qualidade, chamados gourmet. Embora tenha preços mais elevados em relação aos tradicionais, eles passam a representar a preferência entre esses consumidores – especialmente os mais jovens.

Por isso mesmo, essas amostras especiais disputam cada vez mais espaço nas prateleiras dos mercados. Mas qual a diferença entre elas e os pacotes comuns? Feitos exclusivamente à base da espécie arábica, de sabor mais delicado e doce, esses cafés são preparados com os melhores grãos – cerca de 30% do total colhido na safra. Na xícara, resultam numa bebida aromática e de qualidade superior. Então, na hora da compra, que tal trocar o básico pelo exclusivo? Em uma degustação às cegas, comandada pela cafeóloga Eliana Relvas, o Portal Veja São Paulo submeteu seis marcas de café gourmet a três métodos caseiros de preparo: no filtro de papel e nas cafeteiras italiana e expressa. O resultado é der dar água na boca.

Conta-Gotas

>> O Brasil é o maior produtor de café do mundo, seguido do Vietnã e da Colômbia

>> Há no país cerca de 300 000 propriedades produtoras do grão. Minas Gerais é o estado que mais produz, seguido por Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Bahia, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Rio de Janeiro

>> Em 2006, os brasileiros consumiram 16,33 milhões de sacas, o equivalente a 70 litros de café por pessoa

>> A Grande São Paulo é a região que mais consome café: 100 litros por habitante ao ano

>> A previsão para 2008 é que existam 3 000 cafeterias distribuídas pelo país – segmento considerado fundamental para a promoção de cafés especiais

Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Café

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