terça-feira, 6 de janeiro de 2009

SOFRIMENTO DOS DOIS LADOS (retirado do blog da Miriam Leitao)



Pessoal, segue abaixo um post retirado do blog da Miriam Leitao, que eh uma grande jornalista, umas das minhas preferidas, cujo o blog eu acompanho diariamente (vide link nos meus favoritos).

"O conflito no Oriente Médio é aquilo que os sociólogos chamam de conflito intratável. Não há saída à vista. Não há solução fácil. Não é a luta entre mocinhos e bandidos.

Todos cometem crimes inaceitáveis. Israel sempre teve mais simpatia no Ocidente, por razões históricas e pela imprensa americana que sempre influenciou o noticiário no mundo inteiro, através das agências.

Este conflito está diferente. Há uma sensação de que Israel exagera, quando ataca indiscriminadamente alvos civis e, principalmente, porque encurralou a população palestina que vive na Faixa de Gaza, que não recebe remédio, comida nem água.

O trágico é que a guerra esconde do lado palestino um conflito entre lideranças para saber quem é mais radical. Do lado israelense, o ataque acontece perto de uma eleição e tem o óbvio interesse eleitoral. Além disso, Israel tem censurado a imprensa e impedido os jornalistas de trabalhar.

Tudo isso ajuda a minar a cobertura pró-Israel que sempre foi o tom em outros conflitos. Israel está correndo o risco de perder o apoio da opinião pública internacional. A consequência de tanta barbárie e sofrimento já se sabe de antemão: será mais terrorismo e mais radicalismo.

E o silêncio de Obama? Ele disse que os Estados Unidos não podem ter duas vozes ao mesmo tempo. mas isso chama atenção, porque internamente ele tem assumido o governo, praticamente. Ele se reuniu com o Congresso, está fazendo o pacote.

Na área internacional, ele também já se manifestou. Na época daquele atentado na Índia, ele falou sobre questões internacionais. Claramente, ele está demonstrando o desconforto dele. Ele terá que mudar a posição. Ao mesmo tempo, ele não pode mudar muito a posição tradicional americana, por causa da opinião pública. Toda a comunidade judaica nos Estados Unidos é muito forte.

Ele tem que fazer alguma mudança. Ele representa mudança. Fazer a mesma declaração que Bush fez, seria um choque."

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