
Pessoal, segue abaixo um post retirado do blog da Miriam Leitao, que eh uma grande jornalista, umas das minhas preferidas, cujo o blog eu acompanho diariamente (vide link nos meus favoritos).
"O conflito no Oriente Médio é aquilo que os sociólogos chamam de conflito intratável. Não há saída à vista. Não há solução fácil. Não é a luta entre mocinhos e bandidos.
Todos cometem crimes inaceitáveis. Israel sempre teve mais simpatia no Ocidente, por razões históricas e pela imprensa americana que sempre influenciou o noticiário no mundo inteiro, através das agências.
Este conflito está diferente. Há uma sensação de que Israel exagera, quando ataca indiscriminadamente alvos civis e, principalmente, porque encurralou a população palestina que vive na Faixa de Gaza, que não recebe remédio, comida nem água.
O trágico é que a guerra esconde do lado palestino um conflito entre lideranças para saber quem é mais radical. Do lado israelense, o ataque acontece perto de uma eleição e tem o óbvio interesse eleitoral. Além disso, Israel tem censurado a imprensa e impedido os jornalistas de trabalhar.
Tudo isso ajuda a minar a cobertura pró-Israel que sempre foi o tom em outros conflitos. Israel está correndo o risco de perder o apoio da opinião pública internacional. A consequência de tanta barbárie e sofrimento já se sabe de antemão: será mais terrorismo e mais radicalismo.
E o silêncio de Obama? Ele disse que os Estados Unidos não podem ter duas vozes ao mesmo tempo. mas isso chama atenção, porque internamente ele tem assumido o governo, praticamente. Ele se reuniu com o Congresso, está fazendo o pacote.
Na área internacional, ele também já se manifestou. Na época daquele atentado na Índia, ele falou sobre questões internacionais. Claramente, ele está demonstrando o desconforto dele. Ele terá que mudar a posição. Ao mesmo tempo, ele não pode mudar muito a posição tradicional americana, por causa da opinião pública. Toda a comunidade judaica nos Estados Unidos é muito forte.
Ele tem que fazer alguma mudança. Ele representa mudança. Fazer a mesma declaração que Bush fez, seria um choque."
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